Enron, Marte e Inteligência nos Investimentos

Texto original:  http://blogs.advfn.com

Uma das maiores e mais prolíxos e talvez profícuos debates filosóficos desse e de outros séculos seja a definição de inteligência, creio que muitas árvores, de forma nada inteligente, foram derrubadas para se publicar livros sobre esse tema. Certamenta não cabe aqui reproduzir algum deles, o que posso aconselhar seriam alguns livros de Steve Pinker, artigos sobre o tema de Asimov, Sagan e Dawkins.




Quero na veradade é fazer uma pequena reflexão sobre a dita “eficiência do mercado” e seus agentes racionais, a HME (Hipótese do Mercado Eficiente) trata-se de uma tese que afirma que todos os preços já estão descontados, motivados por notícias, rumores, novos poços de petróleo, etc, e é praticamente impossível obter alguns retorno excentente a partir de alguma vantagem momentânea, ou seja, todos investidores são participantes extremamente racionais, antecipando esses movimentos. Então dessa forma, seria melhor escolher algumas ações de empresas com sólidos fundamentos, aplicar e aguardar o crescimento delas. Muitos fundos são criados dessa forma, são baseados em premissas da dita “análise fundamentalista”.
Encaremos a realidade de frente, sem medos. Economistas do século XVIII construiram uma hipótese, sem muitos dos martelos matemáticos que possuimos hoje e assume-se isso como um axioma, uma verdade ? Fazendo um paralelo com o mundo físico, é como se cada agente participante do um pregão, empresas, corretoras, fossem forças (F=m.a) externas que atuassem nos preços, e estes fossem partículas de ar soltas em uma caixa. Essas partículas-preços oscilariam aleatoriamente sempre em busca do equilíbrio. Nunca saberíamos para onde determinado conjunto de partículas (uma ação por exemplo) iria em médio prazo.

Então o melhor a fazer é comprar uma pequena caixa de partículas e esperar que esta cresca, sem saber para onde que elas irão em curto prazo. De certa forma, resumi o inútil debate entre os ditos “fundamentalistas acadêmicos” e os “grafistas intuitivos”. Esse primeiro grupo, crendo de até de outras formas, nessa reza que defende a gestão Buy and Hold, ou seja compre e espere, mas esqueceram que colocar o Buy Right and Hold Necessary, que muita vezes sonegado, faz a derrocada de muitos investidores, exemplos clássicos, avestruz, boi gordo, Enron, enfim, fizeram a história de alguns crashs e fracassos.


Do outro lado, os “grafistas”, que muitas vezes ingênuos, acreditam em técnicas esquisofrênicas como ondas de Elliott e retrações de Fibonacci, entrarei mais adiante nesse assunto. Mas voltando, o que pesa contra também aos “grafistas” é a falta de suporte teórico para suas arserções. Algumas análises podem até fazer algum sentido, porém por motivos errados e carecem de estudos mais aprofundados, sendo sumariamente desdenhados por acadêmicos em geral. Demoradan tentou fazer um resgate de parte da dita ánalise técnica em algum de seus livros, excluindo obviamente alucinações como ondas e padrões áureos.


Voltando à definição de inteligência, vamos adotar de uma maneira simplificada que o agente inteligente, é aquele que introduz correlações em algum ambiente, que de outra forma, não esperaríamos. Por exemplo, se encontrássemos em uma das fotografias que nos chegam de Marte, pedras arranjadas de forma que, claramente, formam um desenho geométrico, um pentágono, teríamos que avaliar muitas suposições, como uma altamente improvável causa natural, até chegar a uma alarmante conclusão, que, a correlação entre as pedras não era esperada e foi causada por um agente inteligente.
Há um livro do Carl Sagan, depois transformado em filme, “Contato” que exibe um exemplo semelhante, antenas altamentes potentes que escutam os sons do Universo, geralmente são ruídos aleatórios, conhecido como ruído de fundo, repentinamente recebem de uma fonte muito distante da Terra, padrões, sequência de números primos. Um correlação numérica que não viria de outra forma além da clara atuação de agentes inteligentes, deixo o fim do livro para vocês lerem.


Marte, grafistas, fundamentalistas e agentes inteligentes, o que tudo isso tem a ver ? É muito provável que os participantes do mercado não sejam tão racionais quanto os fundamentalistas newtonianos esperariam, mas são agentes inteligentes, que provocariam correlações inesperadas nas ditas oscilações não-tão-aleatórias assim do mercado, ou seja, os grafistas estão certos ? Não, talvez acertem algumas vezes, mas pelas razões erradas.
Quer dizer que chegamos em lugar nenhum ? Não exatamente. Excluir as possibilidade erradas nos faz evitar esses caminhos novamente. Muito provavelmente, as explicações mais promissoras virão de estudos mistos, mais abrangentes e ecológicos. Compartimentar o conhecimento pode ser um grave erro.

Postagens mais visitadas deste blog

Python - Fatorial