Insanidade Do Mercado Cria Oportunidades Que Você Fica Até Desconfiado
Extraído de: http://blogs.advfn.com
Caros leitores,
Desta vez, com intuito de estimular a reflexão, vou contar uma história que aconteceu num lugar imaginário.
Num vilarejo existia a padaria do Zeca. Ela era bem administrada e oferecia ótimos produtos. Tinha um total de R$ 200 mil imobilizados e sobrava em caixa R$ 100 mil, após a quitação de todas as obrigações. O faturamento era de R$ 400 mil e o lucro atingia R$ 50 mil, ambos dados anuais. Estava à venda por R$ 2 milhões, equivalente a 5 anos de faturamento, e 40 vezes o lucro anual.
O mercado de padarias estava numa excelente fase e não faltavam compradores para as cotas de suas empresas. Os analistas do local diziam que a padaria do Zeca iria se expandir e dominar o mercado brasileiro de padarias. Já havia planos de expansão para o exterior. Colocar limites para os lucros futuros seria um grave erro. Os custos estariam controlados e jamais faltariam clientes seja qual fosse a expansão. O preço justo na verdade deveria ser de R$ 9 milhões (upside de 350%), pois confiáveis projeções e cálculos complexos indicavam que em 2025 o negócio estaria lucrando R$ 1 milhão anual. A recomendação era de compra forte para qualquer interessado, até porque havia indícios de que extraterrestres invadiriam o planeta, aumentando sobremaneira o consumo de pães.
De repente, não mais do que um mês após as fortes recomendações de compra do ativo, ocorre um trovão no exterior. Era um novo sinal!!! De toda parte escutam-se rumores. Estava por chegar uma nova era. Pensamentos esquisitos indicavam que os seres humanos diminuiriam em 10% o consumo de pães. Para piorar, descobriram que os ET’s não consomem pães. O futuro da padaria do Zeca era incerto e isto tudo influenciava na diminuição do “preço-alvo”.
Os sócios começam a vender cotas da padaria correndo antes que fossem os últimos a ficar com o mico na mão. Em 5 meses, ela passou a valer apenas 5% da cotação inicial. Ou seja, R$ 100 mil, mas ainda estavam lá o mesmo valor de caixa liquido (igual ao valor de mercado) e o negócio prosseguia, ainda que com um pouco mais de dificuldades, mas ainda com lucros.
Os analistas de padarias, engravatados, e com grandes seguidores, trazem suas sábias palavras: Fique fora desse negócio! É muito arriscado o futuro das padarias no país. Não há preço a pagar com uma atividade que poderá reduzir a lucratividade e não apresentar mais sinal de crescimento. Os compradores sumiram e a cada dia o Seu Zeca via as cotações do seu negócio despencar. Mas ele teve uma idéia! Passou a utilizar o caixa da empresa que supera todas as obrigações e comprar as próprias ações. Tornou-se, assim, um dos poucos interessados no negócio que conhece melhor do que ninguém e sabe o que de fato está acontecendo.
Os negociadores de padarias acreditaram mais facilmente num crescimento de 50% ao ano por 30 anos a fazer uma escolha que representaria comprar ações de uma empresa pelo valor de caixa líquido subtraído de todas as dívidas de curto e longo prazo ( ou seja, não pagando nada pelo terrenos, instalações, equipamentos, estoques, etc…). Nesta hipótese, o negócio continuaria atrativo ainda que o lucro caísse para 25% do patamar anterior.
Mas isto aconteceu na Terra do Nunca… Qualquer semelhança com o momento atual não passa de mera coincidência…
Bom, fica a história da padaria do Seu Zeca para que se possa utilizar um pouco de razão nas escolhas e para incentivar o leitor a qualificar-se com intuito de saber escolher as grandes barganhas do mercado na atual conjuntura sem esperar novos sinais do céu e das “recomendações” do “mercado”, que mandava comprar nos 73 mil pontos sem pestanejar e acha que não é hora de comprar após mais de 50% de queda. No curto prazo tudo pode acontecer, mas não deixe que fique caro novamente para acreditar que o momento de comprar chegou. Aja com razão e método adequado.
Quando o Ibovespa caiu abaixo de 9 mil pontos, em 2001, a quantidade de recomendações de compra era muito inferior ao do momento em que o índice encostou nos 75 mil pontos. Racionalmente, tem alguma coisa errada: como pode alguma coisa ficar muito mais interessante após mais de 700% de alta??? E, nos momentos atuais, como pode algo ser menos interessante hoje do que era há 10 meses, quando estava 100% mais caro?
Reflexão
Por acaso quando você vai no supermercado e encontra a sua cerveja que custa habitualmente R$ 1,20 no preço de R$ 1,80, você leva mais porque está mais caro? Ou prefere comprar quando está em promoção por R$ 0,60? Fica a reflexão. O uso da razão nestes momentos evita que se faça algumas escolhas não muito acertadas e de pouca lógica.
"Elimine a sua dependência nas fofocas, boatos ou opiniões de analistas de mercado. Buscando aprender cada dia mais e a compreender melhor o mercado e o mundo a sua volta."
Caros leitores,
Desta vez, com intuito de estimular a reflexão, vou contar uma história que aconteceu num lugar imaginário.
Num vilarejo existia a padaria do Zeca. Ela era bem administrada e oferecia ótimos produtos. Tinha um total de R$ 200 mil imobilizados e sobrava em caixa R$ 100 mil, após a quitação de todas as obrigações. O faturamento era de R$ 400 mil e o lucro atingia R$ 50 mil, ambos dados anuais. Estava à venda por R$ 2 milhões, equivalente a 5 anos de faturamento, e 40 vezes o lucro anual.
O mercado de padarias estava numa excelente fase e não faltavam compradores para as cotas de suas empresas. Os analistas do local diziam que a padaria do Zeca iria se expandir e dominar o mercado brasileiro de padarias. Já havia planos de expansão para o exterior. Colocar limites para os lucros futuros seria um grave erro. Os custos estariam controlados e jamais faltariam clientes seja qual fosse a expansão. O preço justo na verdade deveria ser de R$ 9 milhões (upside de 350%), pois confiáveis projeções e cálculos complexos indicavam que em 2025 o negócio estaria lucrando R$ 1 milhão anual. A recomendação era de compra forte para qualquer interessado, até porque havia indícios de que extraterrestres invadiriam o planeta, aumentando sobremaneira o consumo de pães.
De repente, não mais do que um mês após as fortes recomendações de compra do ativo, ocorre um trovão no exterior. Era um novo sinal!!! De toda parte escutam-se rumores. Estava por chegar uma nova era. Pensamentos esquisitos indicavam que os seres humanos diminuiriam em 10% o consumo de pães. Para piorar, descobriram que os ET’s não consomem pães. O futuro da padaria do Zeca era incerto e isto tudo influenciava na diminuição do “preço-alvo”.
Os sócios começam a vender cotas da padaria correndo antes que fossem os últimos a ficar com o mico na mão. Em 5 meses, ela passou a valer apenas 5% da cotação inicial. Ou seja, R$ 100 mil, mas ainda estavam lá o mesmo valor de caixa liquido (igual ao valor de mercado) e o negócio prosseguia, ainda que com um pouco mais de dificuldades, mas ainda com lucros.
Os analistas de padarias, engravatados, e com grandes seguidores, trazem suas sábias palavras: Fique fora desse negócio! É muito arriscado o futuro das padarias no país. Não há preço a pagar com uma atividade que poderá reduzir a lucratividade e não apresentar mais sinal de crescimento. Os compradores sumiram e a cada dia o Seu Zeca via as cotações do seu negócio despencar. Mas ele teve uma idéia! Passou a utilizar o caixa da empresa que supera todas as obrigações e comprar as próprias ações. Tornou-se, assim, um dos poucos interessados no negócio que conhece melhor do que ninguém e sabe o que de fato está acontecendo.
Os negociadores de padarias acreditaram mais facilmente num crescimento de 50% ao ano por 30 anos a fazer uma escolha que representaria comprar ações de uma empresa pelo valor de caixa líquido subtraído de todas as dívidas de curto e longo prazo ( ou seja, não pagando nada pelo terrenos, instalações, equipamentos, estoques, etc…). Nesta hipótese, o negócio continuaria atrativo ainda que o lucro caísse para 25% do patamar anterior.
Mas isto aconteceu na Terra do Nunca… Qualquer semelhança com o momento atual não passa de mera coincidência…
Bom, fica a história da padaria do Seu Zeca para que se possa utilizar um pouco de razão nas escolhas e para incentivar o leitor a qualificar-se com intuito de saber escolher as grandes barganhas do mercado na atual conjuntura sem esperar novos sinais do céu e das “recomendações” do “mercado”, que mandava comprar nos 73 mil pontos sem pestanejar e acha que não é hora de comprar após mais de 50% de queda. No curto prazo tudo pode acontecer, mas não deixe que fique caro novamente para acreditar que o momento de comprar chegou. Aja com razão e método adequado.
Quando o Ibovespa caiu abaixo de 9 mil pontos, em 2001, a quantidade de recomendações de compra era muito inferior ao do momento em que o índice encostou nos 75 mil pontos. Racionalmente, tem alguma coisa errada: como pode alguma coisa ficar muito mais interessante após mais de 700% de alta??? E, nos momentos atuais, como pode algo ser menos interessante hoje do que era há 10 meses, quando estava 100% mais caro?
Reflexão
Por acaso quando você vai no supermercado e encontra a sua cerveja que custa habitualmente R$ 1,20 no preço de R$ 1,80, você leva mais porque está mais caro? Ou prefere comprar quando está em promoção por R$ 0,60? Fica a reflexão. O uso da razão nestes momentos evita que se faça algumas escolhas não muito acertadas e de pouca lógica.
"Elimine a sua dependência nas fofocas, boatos ou opiniões de analistas de mercado. Buscando aprender cada dia mais e a compreender melhor o mercado e o mundo a sua volta."